A expectativa sem dúvida é grande. Como será? Como é o rosto dele? Será saudável? No entanto, nenhuma das respostas parece próxima, apesar de que serão respondidas em pouco tempo, é uma questão de paciência.
E como serei eu pai? Eu, que sempre fui filho, sempre fui muito alheio às necessidades da família, sempre fui despreocupado, sempre individualista neste sentido, sempre esperando uma direção, que em geral, não é dada por mim, mas pelos pais. Como, com essas características serei eu pai?
Os pais, na estrutura familiar monogâmica burguesa ( bom destacar, porque isto nada tem de universal), são aqueles que orientam, que fazem as regras, que são exemplo, que "criam". Assim uma criança vê um pai. Não há imperfeição na paternidade, pelo contrário, a perfeição a ser perseguida, o exemplo.
Na fase adolescente surge a tão badalada "necessidade de se auto-afirmar", de criticar, de ser novo, "original". E, para criticar o que há estabelecido na sociedade ( afinal, é necessário criticá-la, tristes são aqueles que passados a adolescência perdem esta qualidade), nada mais oportuno que criticar o pai e a mãe, referências de perfeição, e que por sinal, se não são perfeitos estariam falhando na sua condição paternal.
Após isso, ao assumir responsabilidades, a começar a experimentar a "liberdade" de "seguir seus rumos", o homem começa a se afastar da idealização da paternidade. Pais não são perfeitos, apesar de poderem ser ótimos ou não.
Esta última fase para mim é marcada pelo ingresso na União da Juventude Socialista. Estes últimos cinco anos de minha vida sem dúvida são centrais na constituição dos meus valores. Não significa dizer que o que houve antes não foi importante, afinal acredito que o que vivemos é condição para o que somos e o que podemos ser. Mas foi esse o momento em que parti das lições que aprendi dos meus pais para a construção de minha individualidade. A luta política é educadora; além do exercício de sua personalidade, ela joga a responsabilidade em seus ombros de formar mais pessoas numa educação emancipadora.
Assim chego à paternidade. Sem a ambição de ser perfeito, pois isto não existe. Hoje entendo Renato Russo melhor. Mas, a responsabilidade da paternidade não é menor por isso, pois permanece a necessidade de formar o "Novo Homem", ao qual queria O Camarada. No entanto, isto não se resume a doutina, como entendemos a educação normalmente, mas dar acesso a uma visão mais crítica das coisas, para que o filho possa com discernimento seguir seu caminho. No final das contas, acredito que ser pai seja isso, dar acesso. Dar acesso, ao invés de "criar".
Mas isto tudo não passa de cornetada. Afinal só saberei destas coisas amanhã!
E como serei eu pai? Eu, que sempre fui filho, sempre fui muito alheio às necessidades da família, sempre fui despreocupado, sempre individualista neste sentido, sempre esperando uma direção, que em geral, não é dada por mim, mas pelos pais. Como, com essas características serei eu pai?
Os pais, na estrutura familiar monogâmica burguesa ( bom destacar, porque isto nada tem de universal), são aqueles que orientam, que fazem as regras, que são exemplo, que "criam". Assim uma criança vê um pai. Não há imperfeição na paternidade, pelo contrário, a perfeição a ser perseguida, o exemplo.
Na fase adolescente surge a tão badalada "necessidade de se auto-afirmar", de criticar, de ser novo, "original". E, para criticar o que há estabelecido na sociedade ( afinal, é necessário criticá-la, tristes são aqueles que passados a adolescência perdem esta qualidade), nada mais oportuno que criticar o pai e a mãe, referências de perfeição, e que por sinal, se não são perfeitos estariam falhando na sua condição paternal.
Após isso, ao assumir responsabilidades, a começar a experimentar a "liberdade" de "seguir seus rumos", o homem começa a se afastar da idealização da paternidade. Pais não são perfeitos, apesar de poderem ser ótimos ou não.
Esta última fase para mim é marcada pelo ingresso na União da Juventude Socialista. Estes últimos cinco anos de minha vida sem dúvida são centrais na constituição dos meus valores. Não significa dizer que o que houve antes não foi importante, afinal acredito que o que vivemos é condição para o que somos e o que podemos ser. Mas foi esse o momento em que parti das lições que aprendi dos meus pais para a construção de minha individualidade. A luta política é educadora; além do exercício de sua personalidade, ela joga a responsabilidade em seus ombros de formar mais pessoas numa educação emancipadora.
Assim chego à paternidade. Sem a ambição de ser perfeito, pois isto não existe. Hoje entendo Renato Russo melhor. Mas, a responsabilidade da paternidade não é menor por isso, pois permanece a necessidade de formar o "Novo Homem", ao qual queria O Camarada. No entanto, isto não se resume a doutina, como entendemos a educação normalmente, mas dar acesso a uma visão mais crítica das coisas, para que o filho possa com discernimento seguir seu caminho. No final das contas, acredito que ser pai seja isso, dar acesso. Dar acesso, ao invés de "criar".
Mas isto tudo não passa de cornetada. Afinal só saberei destas coisas amanhã!
Espero que ele também seja formado na mesma escola dos pais, a UJS!
ResponderExcluirÉ amigo, nem amanhã ainda vai demorar muito para vc chegar a saber disto, se chegar. Mas com a certeza de que estará sempre aprendendo e de que já tem neste momento uma ideia que não é certa ou errada mas traz em si o melhor que vc poderá dar é que te desejo toda sorte do mundo e registro minha admiração e concordância com vc. Abraços e Boa Sorte!
ResponderExcluirPara o amigo Allysson, um poema do Vinícius:
ResponderExcluirPOEMA ENJOADINHO
Vinícius de Morais
Filhos...Filhos?
Melhor não tê-los!
Mas se não os temos
Como sabê-lo?
Se não os temos
Que de consulta
Quanto silêncio
Como o queremos!
Banho de mar
Diz que é um porrete...
Cônjuge voa
Transpõe o espaço
Engole água
Fica salgada
Se iodifica
Depois, que boa
Que morenaço
Que a esposa fica!
Resultado: filho.
E então começa
A aporrinhação:
Cocô está branco
Cocô está preto
Bebe amoníaco
Comeu botão.
Filho? Filhos
Melhor não tê-los
Noites de insônia
Cãs prematuras
Prantos convulsos
Meu Deus, salvai-o!
Filhos são o demo
Melhor não tê-los...
Mas se não os temos
Como sabê-los?
Como saber
Que macieza
Nos seus cabelos
Que cheiro morno
Na sua carne
Que gosto doce
Na sua boca!
Chupam gilete
Bebem xampu
Ateiam fogo
No quarteirão
Porém, que coisa
Que coisa louca
Que coisa linda
Que os filhos são
Grande amigo e camarada Allysson, realmente esse deve ser um momento fantástico na vida de qualquer pessoa...to aqui torcendo pela felicidade de vcs! grande abraço!!!!
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