Ricardo Teixeira está na presidência da CBF desde 1989.
O cartola tem o controle de clubes e tudo que cerca o futebol no país há décadas.
Até na tal Copa do Mundo de 2014 ele manda.
São raros os movimentos de oposição a Teixeira, que também mantém a maioria das federações estaduais aos seus pés.
O Clube dos 13 também não o incomoda faz tempo, virou mero negociador dos direitos de TV, sem risco aos parceiros estratégicos da CBF.
Mas na última eleição para a entidade que reúne os principais times do país foi diferente.
Kléber Leite tinha apoio não oficial, digamos assim, da CBF.
Por motivos distintos, clubes como Corinthians e Botafogo votaram no ex-dirigente do Flamengo para a presidência do Clube dos 13.
O maior foco de resistência a tal investida era o apoio a Fábio Koff por parte de São Paulo e do próprio Flamengo, que Kléber presidiu e onde era o manda-chuva do futebol até 2009.
Não que Koff seja o ideal ou represente renovação, nada disso. Mas ali havia alguém contra a CBF.
Koff vence.
Então a famigerada taça das bolinhas é enviada para o São Paulo.
Juvenal Juvêncio, presidente tricolor que recorre a interpretações estatutárias para seguir no poder, morde a isca movido sabe-se lá por quais razões.
Está estabelecido um confronto com os até então aliados rubro-negros.
Dias depois Ricardo Teixeira reconhece o Flamengo campeão brasileiro de 1987, algo justo, óbvio, mas que se recusou a fazer por 22 anos.
Assim, a tal taça teria que ir para a Gávea.
É patético, mas, repito, movidos sabe-se lá por quais razões e/ou interesses, dirigentes dos dois clubes que poderiam formar uma oposição real e forte a Teixeira se enfrentam.
Isso em meio a negociações dos direitos de transmissão dos próximos campeonatos brasileiros, como Paulo Vinícius Coelho já detalhou em seu blog.
Se os cartolas querem agir assim, seja lá movidos por quais pretextos, problema deles.
Mas os torcedores de Flamengo e São Paulo não podem nem devem embarcar nessa.
Rubro-negros e são-paulinos, esqueçam as atitudes absurdas, cretinas e egocêntricas dos dirigentes de seus clubes. Não sejam ingênuos.
O inimigo (do futebol) é outro.
Publicado em http://espn.estadao.com.br/maurocezarpereira
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