O leitor desatento do Globo de hoje se espantaria com a postura aparentemente progressista do jornal nas matérias que se referem à renúncia do presidente Mubarak no dia de ontem.Com a capa " A praça derruba o ditador", me senti lendo o Pravda. No entanto, seguindo a série de artigos supostamente apologistas do movimento, ora ressaltando a ausência de líderes do movimento, ora destacando o papel da Internet, o Jornal Globo reproduz descaradamente a linha da Casa Branca sobre a questão.
Ressaltando a necessidade da transição democrática, o Globo mais uma vez assume como verdade universal a perfeição do regime político liberal estadunidense contra o "obscurantismo autoritário" dos inimigos do Império, tantas vezes utilizado como justificativa para guerras imperialistas. Mas isto já era de se esperar. O curioso é que o destaque é dado para fala de Obama, preocupado com a transição democrática, mas nem uma vígula é colocada sobre o contexto da revolução no Oriente Médio, o seu caráter anti-imperialista.
O Egito é um país de maioria árabe, no entanto tinha um governo aliado de Israel, que faz a política imperialista norte-americana de domínio dos Estados Unidos. Egito, até então, é um dos aliados de Israel no impasse da questão da Palestina, nos conflitos diplomáticos com o Irã. Mubarak, portanto, era um dos grandes aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio, seu poder era abastecido com as armas norte-americanas que durante anos sustentaram as Forças Armadas egípcias (avaliado em cerca de 2 bilhões ao ano) .
Ou seja, esta revolução em si é um grande prejuízo político para os Estados Unidos. Não à toa ela foi comemorada por árabes de todos os países. O que vai prevalecer agora é a disputa pelo futuro do país. Os militares, apresentados pelo Globo como os intermediários da democracia, são os mesmos militares que sustentaram Mubarak durante todos estes anos e, possivelmente, sairá deles a alternativa estadunidense para através do seu regime político de governo seguir dirigindo o país. Agora, a juventude egípcia está de olho. Seus cartazes pediam o fim do apoio americano a Mubarak. Cabe agora ao povo egípcio achar seu próprio caminho, a fim de tirar as patas do Império do Oriente Médio. Termino com um trecho da declaração de Ahmadinejad:
" Um novo Oriente Médio está emergindo, sem o regime sionista e a interferência dos EUA, um lugar onde potências arrogantes não terão lugar (...)
Digo aos povos e aos jovens de países islâmicos e árabes, em particular aos egípcios: permaneçam alerta. Vocês têm o direito de liberdade, de escolher seu governo e seus dirigentes."
Ressaltando a necessidade da transição democrática, o Globo mais uma vez assume como verdade universal a perfeição do regime político liberal estadunidense contra o "obscurantismo autoritário" dos inimigos do Império, tantas vezes utilizado como justificativa para guerras imperialistas. Mas isto já era de se esperar. O curioso é que o destaque é dado para fala de Obama, preocupado com a transição democrática, mas nem uma vígula é colocada sobre o contexto da revolução no Oriente Médio, o seu caráter anti-imperialista.
O Egito é um país de maioria árabe, no entanto tinha um governo aliado de Israel, que faz a política imperialista norte-americana de domínio dos Estados Unidos. Egito, até então, é um dos aliados de Israel no impasse da questão da Palestina, nos conflitos diplomáticos com o Irã. Mubarak, portanto, era um dos grandes aliados dos Estados Unidos no Oriente Médio, seu poder era abastecido com as armas norte-americanas que durante anos sustentaram as Forças Armadas egípcias (avaliado em cerca de 2 bilhões ao ano) .
Ou seja, esta revolução em si é um grande prejuízo político para os Estados Unidos. Não à toa ela foi comemorada por árabes de todos os países. O que vai prevalecer agora é a disputa pelo futuro do país. Os militares, apresentados pelo Globo como os intermediários da democracia, são os mesmos militares que sustentaram Mubarak durante todos estes anos e, possivelmente, sairá deles a alternativa estadunidense para através do seu regime político de governo seguir dirigindo o país. Agora, a juventude egípcia está de olho. Seus cartazes pediam o fim do apoio americano a Mubarak. Cabe agora ao povo egípcio achar seu próprio caminho, a fim de tirar as patas do Império do Oriente Médio. Termino com um trecho da declaração de Ahmadinejad:
" Um novo Oriente Médio está emergindo, sem o regime sionista e a interferência dos EUA, um lugar onde potências arrogantes não terão lugar (...)
Digo aos povos e aos jovens de países islâmicos e árabes, em particular aos egípcios: permaneçam alerta. Vocês têm o direito de liberdade, de escolher seu governo e seus dirigentes."
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