domingo, 3 de abril de 2011

Siba e a Fuloresta. Expressão da Cultura Popular.



Por Lucas Machado


Nascido na cidade cosmopolita do Recife, em uma família que até hoje mantém sua forte ligação com suas origens rurais, Siba cresceu entre a cidade e o interior, dois mundos que fazem parte de um mesmo todo. Desde seus primeiros contatos com as tradições da Mata Norte, começou uma longa história de aprendizado e colaboração, exercitando ao longo dos anos os fundamentos da poesia ritmada para se tornar um dos principais mestres da nova geração do maracatu e dos cirandeiros. Ao mesmo tempo, como membro da banda Mestre Ambrósio, desenvolveu um estilo musical inovador e singular, da qual o diálogo entre o tradicional e o contemporâneo, o passado e o presente, a rua e o palco são marcas distintas.

Após viver em São Paulo por sete anos, Siba voltou para Pernambuco em 2002 para começar a “Fuloresta”, um grupo formado por músicos tradicionais de Nazaré da Mata, uma pequena cidade com 30 mil habitantes, distante 65 km de Recife. Seu álbum de estréia, “Fuloresta do Samba”, foi gravado com uma unidade móvel perto de Nazaré, e lançado em 2003, seguido de apresentações em todo o Brasil.

O grupo também fez três turnês européias entre 2004 e 2006, desenvolvendo com o tempo sua habilidade de adaptar uma música que dura a noite inteira para o formato mais conciso dos palcos. Segundo Siba: “Nunca entendemos nosso passado ou nossas tradições como uma gaiola. Pelo contrário, nossa tradição nos oferece um vasto vocabulário, e nós nos esforçamos para usá-lo todo dia e a noite toda. É impossível reproduzir a maneira como envolvemos toda a comunidade na poesia e nas danças durante a noite toda, mas na hora ou nos 90 minutos que os festivais oferecem temos uma grande oportunidade de mostrar nosso impacto musical”.

“Toda vez que eu dou um passo / O mundo sai do lugar” (Ambulante Discos) é o segundo lançamento de Siba e da Fuloresta: letras diretas de uma poesia intensa, cirandas, cocos-de-roda e frevos misturados com dubs, guitarras e pianos elétricos e uma orquestra de sopros executando arranjos inovadores, junto a convidados muito especiais, como CéU, Beto Villares, Marcelo Pretto, Fernando Catatau, Isaar França e o cirandeiro Zé Galdino. Um álbum com um inesperado tom cosmopolita, que extrapola e questiona as barreiras entre cultura popular e música pop, poesia oral e literatura e o já desgastado contraste entre tradição e modernidade.



Fonte: http://www.lastfm.pt/music/Siba+e+a+Fuloresta/+wiki

Um comentário:

  1. Uma nota: O texto não é de minha autoria e sim da fonte citada no final dos dois vídeos, se tivesse que escrever sobre a banda diria algumas coisas em tom diferente que este artigo faz...

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