quarta-feira, 4 de outubro de 2017

A Pelada do Johnny

Vem chegando outubro de 2017! Que data, senhores! A comemoração dos cem anos da revolução que chocou a história mundial não poderia ser realizada com maior assertividade: uma pelada entre os dois partidos comunistas em terras brasileiras, no proletário município de Duque de Caxias! Ideia essa que não poderia ter saído de mente mais brilhante que a de Johnny Heringe. O empecilho para a concretização do evento também faz homenagem ao sectarismo que nos dá origem: o comitê central deles precisa ainda aprovar a realização do certame. Provocações pré-jogo à parte, fomos à Caxias encontrar o comandante Johnny para o treino. Sim, porque nosso talentoso humorista está encarando com a devida seriedade esta celebração. 
Chegamos antes, eu e Gui, e ficamos perplexos com o campeonato local acontecendo. Foguetórios e bandeirões imensos para o clássico  Independente e River, enquanto as torcidas disputavam o canto mais alto uniformizadas. Saí da Praça Seca, zona oeste do Rio, para encontrar os coletivos vivos de trabalhadores, energia contagiante que pulsa na Baixada Fluminense. Parei para pensar e não tão diferentes éramos nós. Alegria em rever a todos os camaradas, compartilhando este momento. Alguns de tão longa data, como o capitão, Gui Barcelos, Roberto, Nataka, e outros há bem pouco tempo, como Izabel, Rodrigo e Acioli. Coletivo que se renova, tal como é a exigência da luta de classes. Neste momento, onde somos agredidos com cacetetes, balas de borracha, desilusão, ambição, egocentrismo, encontramos também em alguns a seriedade, a combatividade e a firmeza de quem se enxerga mais como coletivo e menos como indivíduo. De quem acredita nisso e está disposto a cortar da própria carne.
Para este dia, no entanto, o clima era mais leve. Risadas, cerveja, resenha sobre outros campeonatos, porém muito profissionalismo. O talento do elenco impressionava já nas embaixadinhas, enquanto os mais espertos se poupavam para as câmeras. O treino de chutes a gol foi igualmente inspirador, com arremates precisos e de muita categoria. Os kruschovistas que nos aguardem, da nossa parte não haverá coexistência pacífica, mas jogo muito sério! 
O problema do treino foi na divisão dos coletes, somada a uma necessidade de pequenos ajustes táticos, já que ao final a disputa gordinhos x magrinhos não pareceu tão justa, com vitória dos últimos por pequena margem. Destaque para os habilidosos Rodrigo e Izabel, o pequeno goleiro Roberto, e o zagueiro que sai pro jogo e mais engraçado em campo, Nataka.  No próximo treino reivindicarei a camisa 5 no lugar da 3, já que me provei de melhor uso lançando o nosso ponta-esquerda, Guilherme Travassos, que apostando corrida com Igor e Domingas. Fica a dica, capitão!

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