quinta-feira, 16 de junho de 2011

Navegando nas Américas: Uma poesia de Whalt Whitman (1819-1892).



Walt Whitman:
"Vi uma aranha silenciosa e paciente ..."

Vi uma aranha silenciosa e paciente
Isolada num pequeno promontório
Que, para explorar os amplos e desertos arredores,
Emitia filamentos e filamentos e filamentos de seu próprio
corpo,
Desenrolando-os sempre, sempre velozmente.
Também tu, ó minha alma, aí onde estás, esperas
Cercada, desgarrada, em imensuráveis oceanos de espaço,
Incessantemente divagando, especulando, procurando
esferas para a conexão,
Até que a ponte de que precisas se forme, que a âncora
maleável se encrave,
Que o fio da teia que lances a algo se entrelace, Ó minha
alma.


É interessante pensar no momento em que uma aranha mergulha no vazio, e desprende de si, o elemento que gera a primeira teia. Este ínfimo intervalo de tempo pode ser descrito como uma agonia infindável, momento de terrível indecisão, porém necessário para que a aranha, ou a alma, junto com Whalt Whitman, agarre algo para iniciar uma construção duradoura. 
Falaremos mais da poesia de Whalt Whitman aqui no sinal preto. A sua idéia de transcendentalismo me tem atraído bastante atenção. Nela, o poeta representa a natureza, e através dela, 'revela' as angustias do homem. Esta idéia é presente na poesia de diferentes autores, dos Estados Unidos e também da América Latina. Em próximos encontros falaremos deles também



Por Lucas Machado dos Santos. Historiador.

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