sábado, 8 de outubro de 2011

A Seleção



Há algum tempo a "Seleção", (forma como é representada a seleção brasileira de futebol, sem a necessidade de muito mais explicações), vem perdendo a atenção dos amantes do futebol, que dedicam muito mais sua paixão aos clubes. Símbolo da nação brasileira desde a ditadura militar, a portadora da camisa canarinho vem perdendo prestígio entre os brasileiros.
Alguns atribuiriam isto ao fato de que a Seleção vem sendo composta por jogadores de clubes do exterior, que não teriam apelo popular por serem desconhecidos do povo. De qualquer forma, este fenômeno começa a ser revertido, com uma recente valorização do campeonato nacional, onde grandes patrocinadores têm investido. Isto vem permitindo ao Flamengo ter Ronaldinho, ao Corinthians ter Adriano, ao Fluminense ter Fred, ao São Paulo ter Luís Fabiano. E isto tem feito com que a Seleção, na era Mano Menezes, venha priorizando os jogadores dos clubes nacionais.
No entanto, o problema parece ser outro. Em entrevista no início do jogo, o técnico Mano Menezes, cauteloso antes mesmo do jogo contra a fraca Costa Rica começar, se valeu da velha falsa polêmica "futebol bonito x futebol de resultado". Este falso dilema é estranho ao brasileiro, que sempre esteve acostumado a ganhar jogando bonito e, muitas vezes não vê nem um, nem outro.
Parece-me que a nova geração de jogadores brasileiros não apenas está longe do que foram as anteriores, como não está no nível das outras grandes potências do futebol. E isto é algo com o qual o brasileiro parece estar se acostumando, ao contrário da mídia esportiva incorrigível, que segue vivendo do passado. Fritaram o técnico Dunga por não ter ganhado a Copa do Mundo de 2010, com o argumento de que os jovens Neymar e Ganso, que representariam o genuíno futebol brasileiro, seriam a solução para a Seleção. Um ano depois, ambos surgiram como a solução de Mano Menezes. O fracasso que era evidente, se realizou, e Ganso inclusive nem é mais convocado.
A solução? Não sei dizer. De qualquer forma me parece que a consolidação do futebol como mercadoria não fez bem ao Brasil. Altos salários, vidas de ostentação e consumismo, parecem fazer com que nossos craques esgotem suas carreiras aos 25 anos, o que deveria ser os seus auges. Além disso, a prática de formação de base parece menos valorizada, que associada com a carência de espaços públicos onde o futebol possa ser estimulado e praticado culminem na deficiente revelação de jogadores.

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