segunda-feira, 21 de janeiro de 2019

Quando conheci Renildo Santos?

Quando se é jovem, referências fortes vêm bem a calhar. Assim era Renildo para nós: um revolucionário firme, de valores inflexíveis. Aprendendo com ele e outros valiosos camaradas, conheci o melhor de mim: me tornei um militante que dava mais valor a ouvir do que a falar, sem perder a convicção, mas ávido por aprender. 
Renildo era bom de papo. Quando tínhamos dúvida, era a ele que recorríamos. Sempre foi mais interessante do que seu parceiro fanfarrão, que fora uma pixotada ou outra, nunca teve muito a acrescentar. Sua argumentação sempre baseada no búlgaro Dimitrov, era raramente passível de superação, saía-se convencido e se sentindo ouvido.
Tornou-se cínico. Renildo Santos não é seu nome verdadeiro, mas um fake que dispõe no Facebook, para atirar contra seus adversários, inclusive a mim, a quem chama de vagabundo, e a outro camarada, este maconheiro. Evidentemente, este é o fim miserável de Renildo, que não pode mais recorrer ao búlgaro e faz uso desta covardia para dizer o que pensa. É caso de pensar sobre a essência humana: é possível que já fosse assim? Ou o homem é produto de sua existência objetiva, estando escravo de suas próprias escolhas e do que a vida lhe impõe? Sei que Renildo, apesar de risonho, está já ao fim da linha, e sequer chegou aos 40 anos. Se antes era respeitado por dezenas, hoje é ridicularizado nas redes sociais.
Já eu, estranho, vou ficando cada dia mais cético. Passei anos desejando o melhor do mundo para Renildo. Depois, passei anos desejando estar errado sobre Renildo, pensamento que era acompanhado de uma tristeza descrente. Hoje já não tem mais nenhuma importância, somando-se a todos aqueles que dedicarão sua breve vida aos interesses particulares, perdido  e sem brilho. Que pena, Renildo!

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